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quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

“A Igreja no Brasil não pode ser compreendida sem a Vida Religiosa”, afirma Dom Jaime

Por ocasião do Seminário sobre a Vida Religiosa que aconteceu em Itaici, de 23 a 27 de fevereiro, Dom Jaime Spengler, bispo referencial da CNBB para a Vida Consagrada, deixou sua mensagem final à Vida Religiosa do Brasil:


"Foi para conversarmos, estudarmos, debatermos, buscarmos indicações, a respeito de nossa vida de religiosos e consagrados que nos sentimos COM-VOCADOS/AS neste espaço, durante esses dias...
Agora, talvez, nos sintamos, em retornando para nossas entidades, fraternidades, comunidades, PRO-VOCADOS/AS a ampliar o diálogo.
E para que nossa tarefa chegue a bom termo IN-VOCAMOS o próprio Senhor: abre nossos lábios, nossos olhos; orienta nossos passos, sustenta nossas decisões.
Voltamos então para nossas casas! Não com soluções, fórmulas, respostas prontas; levamos conosco questões, animados/as, entusiasmados/as a alimentar, ampliar, fomentar o diálogo, o embate, o debate, até o dia em que, juntos, encontrarmos a boa medida requerida para uma vida religiosa equilibrada, saudável, alegre, bem disposta!

O encontro desses dias teve e tem a característica de ‘seminário’. O seminário tem a característica de um sentar juntos, de um dialogar, de um se deixar questionar uns pelos outros, de um se deixar envolver por questões comuns, um caminhar juntos.

O seminário diz de um recíproco desafio, onde cada um, a partir de si, é capaz de se lançar na sondagem de algo, de questões que dizem respeito, com maior ou menor intensidade, a todos. O que estamos aqui celebrando está sendo sustentado por algo que já estamos sentindo e vivendo a tempos em nossas realidades particulares. Nesse sentido, o seminário está realizando seu objetivo.

Creio que o que nos orienta e sustenta, enquanto consagrados, é a ‘honra, a missão, o serviço, sim à vocação de colocar todas as nossas potencialidades à disposição do projeto de vida que vem de JESUS CRISTO, para nós, como VIDA RELIGIOSA CONSAGRADA.

Essa vocação é expressão de um encontro – encontro real e pessoal com a pessoa de Jesus Cristo. É isso que um dia fez com que decidíssemos dizer diante de Deus e da comunidade de fé: é isso que eu quero, é isso que desejo... Partimos então na busca de um espaço onde pudéssemos viver o toque, o encontro, a graça de termos sido tocados, encontrados, con-vocados, pro-vocados, enviados... Esse espaço é as nossas congregações, institutos, ordens... Não podemos esquecer nosso ponto de partida!

Certamente a CNBB olha com carinho para a VC; esta faz parte constitutiva da vida da Igreja! A Comissão para os Ministérios Ordenados e a Vida Consagrada acompanha os ministérios ordenados e a vida consagrada. Vale acentuar: a comissão não é DOS, mas PARA os ministérios ordenados e VC. Nós estamos ai para caminhar juntos, para acompanhar, auxiliar, apoiar, incentivar, animar...

Algumas das questões que aqui foram levantadas são questões comuns no seio da própria Comissão da CNBB – claro que com acentos característicos:

a)     Vocação: certamente a maioria de nossas vocações não tem mais as características de 10/20 anos atrás. Aquele tipo de adolescente proveniente de famílias bem estruturadas, com formação catequético-religiosa solida, são raros. O que percebemos é um número crescente de candidatos/as que provêem de situações de fragmentação social, sem formação básica sólida, sem vivência eclesial, etc. Enfim, jovens marcados pelo nihilismo (o deserto cresce!). Creio que nesse contexto, é lançado um desafio enorme aos nossos processos formativos. Trata-se de um desafio que exige alimento sólido! Não podemos ainda esquecer que formação não é informação ou formatação.  Nesse contexto, vale relembrar que a ANIMAÇÃO VOCACIONAL é desafiada a todo instante, seja ‘ad intra’, seja ‘ad extra’. A animação vocacional não é algo que podemos delegar. Todos nós somos promotores vocacionais, lá onde nos encontramos.

b)    Missão: a vida religiosa consagrada jamais deixou de ser missionária (Haiti, África, Amazônia...). Encontramos religiosas e religiosos com disponibilidade, abertura, presteza... Entretanto, parece que o peso de nossas instituições tem começado a se manifestar para não poucos; com isso, parece estar se tornando difícil para alguns manter o ‘pique’ missionário. Fomentamos em nossos jovens o ardor missionário? Encontramos repercussão? E se encontramos, como procedemos?

c)     Leveza institucional: é algo que todos nós buscamos em todos os níveis. Sentimos o peso da instituição. Com o aumento da média de idade entre nós, com a multiplicação de frentes de trabalho assumidas, com a diminuição do número de candidatos/vocações, com a redução de membros em algumas de nossas instituições começamos a nos dar conta de que precisamos urgentemente rever nossas frentes de trabalho, e os processos de vida e trabalho. Por outro lado fica uma questão: como vão aquelas instâncias de nossa vida interna: revisão de vida, assembléias, capítulos locais, regionais, provinciais, as instâncias de avaliação e decisões, etc. Não passaria também por aqui a questão da leveza institucional?!

d)    Envelhecimento: religioso não se aposenta! Religioso no Brasil morre em pé! Isto diz de dedicação, paixão, amor pela própria consagração. Por outro lado, é verdade que precisamos aprender a acolher o ocaso da existência (psíquica, teológica, antropológica e espiritualmente).

e)     Tudo isso não pode nos abater. Ao contrário! A vida, a história brasileira é devedora da Vida Consagrada. A Vida Religiosa tem um lugar de destaque na história da evangelização nestas terras de santa cruz. A Igreja no Brasil não pode ser compreendida sem a Vida Religiosa. Tendo presente isso, nós não nos sentamos, e nem mesmo nos sentimos sentados em ‘berço esplendido’; tudo o que vimos, ouvimos e dizemos aqui testemunha o empenho, o desejo, o sonho de testemunhar nestas terras o amor de Deus.
f)     
g)     Não tenham medo. Ide pelo mundo; o mundo é nosso claustro! O Evangelho de hoje nos dava o método, o metro do caminho... respondendo ao imperativo da primeira leitura: sede santos!

  Irmã Marian: em nome da CNBB, muito obrigado por tudo o que se faz em favor de nosso povo – especialmente de nosso povo mais pobre. Conte conosco"!

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