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domingo, 26 de fevereiro de 2012

Missão de fronteira desafia a Vida Religiosa
      
Os participantes do Seminário sobre a Vida Consagrada que acontece entre os dias 23 e 27 de fevereiro, em Itaici, SP, representam uma variedade de dons e carismas. Os Institutos de Vida Apostólica e congregações reúnem, no Brasil, cerca de 50 mil religiosos e religiosas que atuam em centenas de frentes missionárias.

Algumas situações chamam a atenção pelo grau de comprometimento. São missões consideradas de fronteiras como, por exemplo, a Rede “Um Grito pela Vida” que há seis anos enfrenta o trabalho escravo, o tráfico de órgãos e de seres humanos, numa ação articulada entre mais de 50 congregações. Organizada em 12 núcleos regionais, integra a Rede Talita Kum, organismo Internacional da Vida Consagrada no enfrentamento ao Tráfico de Pessoas.

Irmã Maria de Fátima Cunha, das Irmãs Salesiana de Recife, PE, e membro da coordenação Nacional da Rede recorda que, a iniciativa surgiu como um grão de mostrada, mas logo ganhou força.

“Hoje contamos com todas as Regionais da CRB que desenvolvem uma série de iniciativas. É um trabalho preventivo junto aos jovens, sobretudo as mulheres no norte e nordeste onde o problema é maior. Muitas recebem propostas de trabalho no exterior e caem na armadilha. Assumimos essa Rede como uma Missão profética na Vida Consagrada”, sublinhou.

A Rede influenciou as escolhas de algumas congregações. As Irmãs da Imaculada, por exemplo, comunidade da Irmã Eurides Oliveira, coordenadora da Rede, assumiu essa realidade como prioridade do capítulo e é uma das congregações mais ativas.

“Nós somos questionadas por que nos inserimos nos núcleos de enfrentamento nos estados que é um trabalho dos governos. O nosso trabalho é mais preventivo, mas enfrentamos resistências. Tivemos alguns casos de perseguição por exemplo, Irmã Guadalupe, religiosa mexicana que vive em São Paulo e  teve a casa invadida, e por duas vezes recebeu ameaças”, explica irmã Maria de Fátima.
A religiosa não esconde a sua preocupação com a Copa do Mundo de Futebol em 2014, pois sabe que é nesses grandes eventos que o problema do tráfico de mulheres aumenta. Para ela, “o tráfico de pessoas é uma violação dos Direitos Humanos e uma afronta à dignidade”.
Outra Missão desafiante acontece na comunidade da Rocinha, na cidade do Rio de Janeiro, onde a Irmã Rita de Cássia Luciano, das missionárias de Jesus crucificado, vive e trabalha em projetos sociais.
 Lá a religiosa atua na promoção da mulher e da cidadania que inclui o acompanhamento das obras do Programa de Aceleração do Crescimento, o PAC. Participa também do grupo “Rocinha Sem-fronteiras” que desenvolve projetos de educação, saúde e cultura, na busca de melhorias para a comunidade.
Rocinha é formada por mais de vinte bairros e a Irmã mora em um dos becos do morro. “Quando cheguei ao Rio, trabalhava na Rocinha com a Pastoral Operária. Por onze anos estive na coordenação de uma escola Metodista, mas o meu desejo era de morar na comunidade e durante cinco anos insisti para isso, até que em 2005 fui liberada”.

Os maiores desafios, segundo ela, são a violência, o desemprego e a droga. Na busca da sobrevivência, o povo não tem tempo de se reunir para discutir sobre seus problemas. 80% da população é nordestina que chegou no Rio em busca de melhores condições de vida. “No ano passado, Rocinha foi retomada pelo estado com a presença do exército e da polícia militar que montou lá uma Unidade da Polícia Pacificadora – UPP. Essa retomada tem em vista a preparação para a Copa do Mundo de futebol, mas o povo desconfia do futuro”, destaca.

A interação entre religiosas e religiosos de várias nacionalidades e carismas, que acontece nos grupos de partilha e oração, revela a riqueza da Missão encarnada nas mais variadas fronteiras que desafiam a Vida Consagrada no Brasil.
“O tema da loucura de Deus, neste Seminário, vem revolucionar a nossa maneira de pensar e agir como homens e mulheres consagrados. A nossa forma de nos apresentar diante da realidade parece mesmo uma verdadeira loucura, porque nossa opção é diferenciada”, relata Irmão Silvio da Silva, psdp, presidente da CRB Regional de Campo Grande.
Na Região, a CRB trabalha em solidariedade com os povos indígenas. “É uma cultura que não está sendo só dizimada, mas são homens, jovens, mulheres e crianças que estão morrendo. Se a Vida Religiosa não se coloca entre a ameaça dessas vidas para protegê-las, sabemos que o final será mesmo o seu desaparecimento”, argumenta.
Equipe de Assessoria da CRB

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