Durante o Seminário de Vida Religiosa que acontece no Centro de Espiritualidade Inaciana em Indaiatuba (SP) a 90 quilômetros da capital São Paulo de 23 a 27 de fevereiro de 2012, na noite de sexta-feira (24), os 405 participantes organizados em nove grupos discutiram em oficinas; boas práticas sobre a busca por maior leveza e agilidade institucional.
Os temas das oficinas partem de cases que vêm dando certo, desde reuniões menos chatas e mais produtivas, vida religiosa jovem e a leveza institucional, a diálogo sobre um caminho de sustentabilidade de institutos religiosos, missão itinerante e reestruturação de institutos religiosos.
Reuniões menos chatas – Plutarco Almeida, padre jesuíta e assessor executivo da CRB-Nacional (Conferência dos Religiosos do Brasil) para as publicações e Revista Convergência, discorreu sobre reuniões menos chatas e mais produtivas, para ele o resultado eficiente de uma reunião depende do antes, do durante e o depois. De acordo com Plutarco, antes de convocar para uma reunião se faz necessária a pergunta: “Essa reunião é realmente necessária, se não houvesse, o que mudaria?”, questiona Plutarco. Segundo ele, muitas decisões não necessitam de convocações, mas podem ser resolvidas por outras vias ou até mesmo em conversas informais.
Outro ponto importante é ter objetivos claros sobre o que se pretende a reunião. Na seqüência elaborar uma pauta enxuta e por fim a convocação dos participantes. Chamar de fato, àqueles que vão contribuir para a reunião em especifico.
Entre os participantes surgiu o questionamento: “O que fazer diante da dificuldade, que nós brasileiros temos com a pontualidade do início e fim das reuniões?”, padre Plutarco sugere: “É só começar na hora certa, uma vez que a convocação, para reunião, deve ser por escrito com hora para começar e terminar, isso ajuda a disciplinar”, e enfatiza que a reunião deve começar, mesmo que esteja somente uma pessoa.
Ele sugere que o êxito de uma reunião depende dos horários respeitados, espaço que os participantes tiveram para se expressarem livremente, os objetivos alcançados e se a maioria saiu satisfeito. O papel do coordenar é fundamental na condução da reunião.
Missão Itinerante – As irmãs Maria das Graças Apolinário e Helena Terezinha Rech, Servas da Santíssima Trindade, partilharam a experiência de Missão itinerante que a congregação faz em Abadia – BA e Caimbé, na Prelazia de Tefé - AM.
Fundada no Rio de Janeiro em 1946, pela Irmã brasileira Maria Celeste Ferreira, a congregação, desde o início, procurou formar comunidades inseridas. Com o lema “Glorificar a Santíssima Trindade presente no ser humano nasceu o processo de itinerância missionária.
O seminário apresentou a Missão como possibilidade para atingir a leveza institucional. “Hoje está na moda falar da leveza, mas será que estamos dispostos a pagar o preço desse processo?”, perguntou Irmã Helena.
A religiosa recordou que a identidade profunda da Vida Consagrada é evangélica e tem Jesus como referência de leveza missionária. Ele é um homem itinerante, ultrapassa fronteiras religiosas, sociais e culturais. Cada congregação deveria decidir quais fronteiras deve ultrapassar. Para Irmã Helena precisamos “contemplar Jesus e a leveza vai brotar do nosso coração”.
Sustentabilidade dos Institutos Religiosos – A União Marista do Brasil partilhou sobre o resultado de um estudo realizado em vista da sustentabilidade dos Religiosos, pertencentes a Entidades Filantrópicas. Esse estudo foi uma resposta diante de todo o cenário político, diante do novo marco legal e do Código Tributário Nacional.
A União organizou um grupo de trabalho em parceria com as Congregações Religiosas: Salesianos e Salesianas, Lassalistas e Imaculado Coração de Maria. Foi contratado Escritório Advocatício do Dr. Ives Gandra, para elaborar um parecer sobre o tema da sustentabilidade dos Religiosos.
De acordo com Irmão Valdicer Fachi, secretário executivo da União Marista do Brasil, a conclusão a que chegaram é que não convém optar por uma cisão mas manter uma situação atual, onde os Religiosos tenham o seu sustento pelas Associações ou Mantenedoras a que pertencem, tendo em vista, sobretudo o que está previsto na Constituição Brasileira que ressalta a dignidade humana como direito fundamental de todo cidadão. Destacou também a seriedade que se deve ter na prestação de contas, de acordo com a legislação pertinente.
Para o Irmão, a discussão sobre o assunto não está encerrada, mas deve ser tratada, abordada em outros âmbitos da Igreja e da sociedade e que haja um trabalho integrado entre as Congregações para uma efetiva incidência política na defesa da dignidade humana.
As novas gerações e a leveza institucional – Nas boas práticas sobre novas gerações e leveza institucional, frei Rubens da Mota, franciscano capuchinho e assessor executivo da CRB Nacional para as Juvetudes, retomou a caminhada feita pela Conferência Latino Americana para a Vida Religiosa(CLAR) e CRB em torno da compreensão da realidade Juvenil, bem como a realidade dos jovens na Vida Consagrada.
De acordo com Frei Rubens, toda a etapa do juniorato até 10 anos de profissão perpétua é denominado vida religiosa jovem. Diante disso, interpelou os participantes para destacar quais as levezas que se percebe nesse grupo específico.
Os sinais de leveza destacados giraram em torno da valorização da vida comunitária, dos critérios utilizados na transferência dos jovens religiosos, levando em consideração suas aptidões, a qualidade do ambiente em que vai ser inserido, o acompanhamento personalizado e integrado, bem como uma formação por faixa etária e intercongregacional.
A formação para a liderança e o protagonismo que ocorre mediante um projeto de vida coerente com a proposta de cada Congregação em vista da missão, também foram apontados como elementos que geram a leveza institucional e pessoal.
Na noite deste sábado (25), os grupos voltam a se encontrarem, revezando-se nas oficinas para continuarem as discussões a partir das mesmas temáticas oferecidas na noite de sexta-feira (24)
Assessoria de imprensa CRB
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